Em 1994 era disputada a sexta Copa do Brasil de Futebol, a segunda maior competição do país despertou, desde sua criação, a atenção dos grandes clubes brasileiros. Não por menos um dos clubes mais copeiros da América escrevia seu nome como uma das estrelas do torneio, o Grêmio, primeiro campeão em 1989, chegava à quarta das seis finais disputadas até então com pinta de favorito.
O caminho até a decisão havia sido árduo, como todos os títulos conquistados pelo clube, era o reinício do Imortal que havia sido rebaixado anos antes, mas que surgia das cinzas rumo ao seu futuro dourado. A Copa do Brasil não seria somente um título, mas a porta de entrada da Copa Libertadores da América que seria vencida pelo Imortal no ano seguinte.
A competição
O Cruzeiro de 93 foi um dos poucos times que conseguiram superar o Grêmio desde a criação da Copa do Brasil em 89 |
O Tricolor dos Pampas chegou a duas finais, uma em 1991, quando perdeu impressionantemente o título para o Criciúma de Santa Catarina, e outra em 1993, quando foi derrotado pelo Cruzeiro (que acabou conquistando a tríplice coroa nacional com os triunfos no Brasileirão e Campeonato Mineiro do mesmo ano). Além desses, o Internacional, em 1993, e o Flamengo, em 1990, levantaram a taça.
A conquista
Participaram da competição de 94 grandes equipes, a destacar nosso rival Internacional, Palmeiras, Bahia, Fluminense, Vasco, Atlético Mineiro e Corinthians. Na primeira fase enfrentamos o algoz de 91, Criciúma. O Grêmio estava batizado contra os catarinenses, empatou a primeira partida fora de casa por 2x2 e venceu a segunda por 2x1.
Nas outras chaves a surpresa deu-se no confronto entre Fluminense do Rio de Janeiro e Linhares do Espírito Santo. O que se imaginava "jogo fácil" para os cariocas acabou com uma eliminação frustrante, depois de um empate em 2x2 dentro de casa, o Tricolor Carioca sucumbia pela igualdade de 1x1 fora, resultado que, devido ao maior número de gols marcados na casa do rival pelos capixabas, eliminava o Flu.
Logo na segunda fase pegávamos uma pedreira, o Corinthians de São Paulo, com o qual viriamos a fazer a final do ano seguinte. No primeiro jogo vencemos por 2x0 no estádio Olímpico, o ótimo resultado dava ao Grêmio a chance de perder por até um gol de diferença sem ser desclassificado. No jogo de volta no estádio Pacaembu, um heróico empate em 2x2 levou o time de Porto Alegre às quartas-de-final. Mas não foram só os paulistas do Corinthians que deram adeus a disputa, o Palmeiras também sairia da competição sendo eliminado pelo Ceará, que demonstraria sua força no decorrer da copa.
Depois de eliminar um postulante ao título o Imortal ganhou uma "colher de chá", o Vitória da Bahia, adversário das quartas, era um time limitado, mas muito forte dentro de casa. Mesmo impondo algumas dificuldades para os gaúchos, os baianos não conseguiram resistir, perdendo tanto jogo de ida quanto o de vota por 1x0, seguíamos então para o enfrentamento contra o Vasco, último grande inimigo na busca do título. O Ceará, que havia aprontado para cima do Palmeiras na fase anterior, acabou derrotando o Internacional no gol qualificado, dentro do estádio Beira-Rio, ficando na fase seguinte com um rival fraco, mas perigoso, o Linhares do Espírito Santo, que eliminou o Fluminense na primeira fase.
O Vasco era um rival a altura, havia passado pelo Santa Cruz e Atlético Mineiro nas fases anteriores, o jogo era a final antecipada. Na primeira partida fora de casa, o Imortal empatou sem gols com os cariocas, decidindo tudo no Monumental. No segundo jogo o placar de 2x1 deu ao Grêmio o direito de participar de sua quarta final de campeonato, a segunda consecutiva. Do outro lado o Ceará, como já era de se esperar, venceu o Linhares seguindo para a decisão.
Dia 7 de agosto, com o estádio Castelão lotado, o Ceará recebeu o Grêmio para o primeiro jogo do confronto decisivo que poderia render o maior título da história do futebol cearense até então, o time que havia eliminado Palmeiras e Internacional estava pronto para derrubar mais um gigante, só não contava com o espírito copeiro do Imortal. Foi na garra que suportamos a pressão adversária saindo com um satisfatório 0x0 que deixava tudo para o jogo em Porto Alegre, preparavamos a festa.
Foi então que três dias depois do jogo no Nordeste o Tricolor Gaúcho recebia os rivais igualmente com um estádio lotado, pronto para soltar mais uma vez o grito de campeão. Não demorou muito para que a vitória se desenhasse, logo aos 3 minutos de jogo Nildo colocou o Grêmio na frente. Apesar do gol, o Ceará seguia forte em busca do empate, que garantiria o título para os nordestinos. Repetindo a garra do primeiro jogo os gaúchos não se entregaram segurando o resultado até o fim e sagrando-se bicampeões da Copa do Brasil, a segunda taça invicta.
Quartas-de-Final | |||||
Grêmio | 3 | X | 1 | Palmeiras | 28/11 |
Palmeiras | 1 | X | 0 | Grêmio | 01/12 |
Semi-final | |||||
Goiás | 1 | X | 3 | Grêmio | 05/12 |
Grêmio | 2 | X | 2 | Goiás | 08/12 |
Final | |||||
Portuguesa | 2 | X | 0 | Grêmio | 11/12 |
Grêmio | 2 | X | 0 | Portuguesa | 15/12 |
DADOS DA FINAL | |
Local: | Porto Alegre/Rio Grande do Sul |
Estádio: | Olímpico Monumental |
Data: | 10 de agosto de 1994 |
Hora: | |
Árbitro: | Oscar Roberto de Godoy (SP) |
Assistentes: | |
Gol Grêmio: | Nildo aos 3 minutos do 1º tempo |
GRÊMIO | CEARÁ |
DANRLEI | CHICO |
YUPE | RONALDO |
PAULÃO | AIRTON |
AGNALDO | VICTOR_HUGO |
ROGER | CLAUDINÉSIO |
PINGO | MASTRILO |
JAMIR | IVANILDO |
ÉMERSON | ELÓI |
CARLOS_MIGUEL | CATATAU |
FABINHO | GERÔNIMO |
NILDO | SÉRGIO_ALVES |
TÉCNICO: LUIZ FELIPE SCOLARI | TÉCNICO: DIMAS FIGUEIRA |
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