Quinze anos após conquistar o primeiro título do Campeonato Brasileiro, o Grêmio chegava a sua segunda conquista, depois do vexame ocorrido no Brasileirão de 82, que adiou nossa segunda taça, era momento de comemorar. O imponente Imortal, recém Campeão da América, impôs sua superioridade aos quatro cantos do Brasil, com Arce, Danrlei, Dinho, Rivarola, Roger Paulo Nunes entre outros, a equipe era uma Seleção pronta para mais conquistas.
Desde o último título do Tricolor Gaúcho muita coisa havia mudado, o Campeonato Brasileiro se tornou mais democrático, com o fortalecimento político do futebol do Sul do país, principalmente devido ao Clube dos 13, Rio de Janeiro e São Paulo já não eram tão favorecidos como nos anos 80, mesmo assim não era fácil disputar a competição sendo um clube fora da mídia do "eixo" e residente em um do extremos do território nacional.
A competição
O Coritiba foi, juntamente com Sport e Bahia, os três únicos clubes fora de RJ e SP a levantarem a taça de 81-95 |
Recém vindo de um título da Libertadores e com um vice no Mundial que só se materializou nas penalidades, o Grêmio era um dos grandes favoritos na competição, situação muito diferente da de 1981 (primeiro título), onde surpreendemos. Os rivais também eram fortes, a destacar o Palmeiras com a "Seleção Parmalat" e o Cruzeiro, futuro Campeão da Libertadores de 97.
A Conquista
Iniciamos a competição no dia 18 de agosto, no jogo fora de casa contra o fraco Criciúma, o resultado foi 3x1 para nós, era um bom início. Apesar de possuir um time qualificado, o Grêmio não fez uma primeira fase dos sonhos, terminando em sexto colocado na classificação (seguiam oito), foram 11 vitórias, 5 empates e 7 derrotas, o que prejudicou muito foram os últimos jogos em que tivemos uma perigosa sequência de derrotas.
Nas quartas-de-final pegamos logo de cara um dos favoritos, o Palmeiras. O primeiro jogo no estádio Olímpico Monumental relembrou a goleada do ano anterior, 5x0, desta vez o placar não foi tão elástico, mas vencemos com imposição por 3x1, quem saiu na frente foram os paulistas, mas a vantagem não durou muito, o Grêmio levava para o Parque Antártica um grande resultado. Sem Paulo Nunes, expulso no primeiro jogo das quartas, visitamos o Verdão quatro dias depois, a vitória por 1x0 não foi suficiente para o alviverde que acabou eliminado da competição.
Na semifinal enfrentamos o Goiás, a equipe do centro-oeste havia eliminado o favorito Guarani de Campinas na fase anterior com os mesmos resultados do Grêmio, 3x1 em casa e 0x1 fora. O primeiro jogo era no difícil estádio Serra Dourada em Goiânia, mesmo assim vencemos por 3x1, levando a decisão da vaga para o Olímpico. Em Porto Alegre um tranquilo empate por 2x2 deu ao Imortal a chance de disputar sua terceira final da competição nacional contra a surpreendente Portuguesa Santista.
O adversário na finalíssima era forte, havia demonstrado seu poderio nas fases anteriores. Eliminou o favorito Cruzeiro nas quartas-de-final depois de uma goleada por 3x0, passou por outro mineiro, o Atlético, na semifinal e chegava com moral para a disputa do título.
No primeiro jogo os paulistas surpreenderam, vencendo o Grêmio pelo placar de 2x0 no estádio Morumbi na capital de São Paulo, gols de Gallo e Rodrigo Fabri. Estava nas mão do Grêmio a obrigação de fazer o resultado em casa, com a imprensa contra, o time desacreditado e milhões torcendo contra, era o momento de demonstrar Imortalidade.
Nunca havia sido fácil na vida do Grêmio e dessa vez não seria diferente. Na grande final em Porto Alegre, na tarde ensolarada de 15 de dezembro, os gremistas lotaram o estádio Olímpico para torcer e empurrar o time em busca do bicampeonato. Logo aos 3 minutos de partida a estrela da equipe, Paulo Nunes, marcou o primeiro. O jogo era truncado, mas, na superação, o Tricolor conseguiu o segundo gol perto do final da partida, aos 39 minutos Aílton colocava a taça no memorial do clube, com a igualdade no score agregado a decisão ficou no critério da melhor campanha da primeira fase, como terminamos em 6º e o rival em 8º, ficamos com o título. O Grêmio conquistava tudo novamente: Nada pode ser maior.
1ª Fase | |||||
Criciúma | 1 | X | 3 | Grêmio | 18/08 |
Grêmio | 6 | X | 1 | Bragantino | 21/08 |
Grêmio | 2 | X | 2 | Vitória | 25/08 |
Corinthians | 2 | X | 2 | Grêmio | 29/08 |
Vasco | 1 | X | 1 | Grêmio | 01/09 |
AtléticoPR | 3 | X | 1 | Grêmio | 04/09 |
Grêmio | 5 | X | 0 | AtléticoMG | 08/09 |
Paraná | 0 | X | 0 | Grêmio | 15/09 |
Inter | 1 | X | 2 | Grêmio | 22/09 |
Botafogo | 1 | X | 0 | Grêmio | 25/09 |
Grêmio | 1 | X | 0 | Portuguesa | 29/09 |
Cruzeiro | 2 | X | 1 | Grêmio | 05/10 |
Grêmio | 3 | X | 1 | Flamengo | 09/10 |
Grêmio | 1 | X | 0 | Juventude | 13/10 |
Bahia | 1 | X | 2 | Grêmio | 20/10 |
Grêmio | 1 | X | 1 | Palmeiras | 27/10 |
Guarani | 0 | X | 2 | Grêmio | 03/11 |
Grêmio | 4 | X | 2 | Fluminense | 06/11 |
São_Paulo | 2 | X | 1 | Grêmio | 09/11 |
Grêmio | 3 | X | 0 | Santos | 12/11 |
Grêmio | 0 | X | 2 | Coritiba | 17/11 |
Sport | 1 | X | 0 | Grêmio | 20/11 |
Grêmio | 1 | X | 3 | Goiás | 24/11 |
Quartas-de-Final | |||||
Grêmio | 3 | X | 1 | Palmeiras | 28/11 |
Palmeiras | 1 | X | 0 | Grêmio | 01/12 |
Semi-final | |||||
Goiás | 1 | X | 3 | Grêmio | 05/12 |
Grêmio | 2 | X | 2 | Goiás | 08/12 |
Final | |||||
Portuguesa | 2 | X | 0 | Grêmio | 11/12 |
Grêmio | 2 | X | 0 | Portuguesa | 15/12 |
DADOS DA FINAL | |
Local: | Porto Alegre/Rio Grande do Sul |
Estádio: | Olímpico Monumental |
Data: | 15 de dezembro de 1996 |
Hora: | |
Árbitro: | Márcio Rezende de Freitas (MG) |
Assistentes: | Gilvan Pereira da Silva (AL) Leandro de Souza Filha (MG) |
Gols Grêmio: | Paulo Nunes aos 3 minutos do 1º tempo Aílton aos 39 minutos do 2º tempo |
GRÊMIO | PORTUGUESA |
DANRLEI | CLEMER |
ARCE | VALMIR |
RIVAROLA | ÉMERSON |
MAURO GALVÃO | CÉSAR |
ROGER | CARLOS_ROBERTO |
DINHO | CAPITÃO |
GOIANO | GALLO |
ÉMERSON | CAIO |
CARLOS_MIGUEL | ZÉ ROBERTO |
PAULO_NUNES | ALEX ALVES |
ZÉ_ALCINO | RODRIGO_FABRI |
TÉCNICO: LUIZ FELIPE SCOLARI | TÉCNICO: CANDINHO |
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