Em 28 de julho de 1983 o Grêmio chegava a mais um grande momento em sua história, estabelecido como um dos grandes do futebol nacional muito tempo antes, a equipe gaúcha conseguia, aos 79 anos, chegar a um patamar de reconhecimento mundial. A final da Copa Libertadores da América era o ponto alto até então, ainda existia a chance de chegar ao topo do futebol, mas a conquista em questão já deixava o clube de Porto Alegre no nível de equipes consagradas no cenário sul-americano.
A Copa
Criada no ano de 1960, a Taça Libertadores da América, nome em homenagem aos principais líderes da independência das nações da América do Sul, tinha como campeões, até 1983, dos maiores times do continente, a citar Peñarol, Independiente, Estudiantes, Nacional de Montevideo, Boca Juniors e Olímpia. Os brasileiros, como de costume em competições sul-americanas, não tinha um grande rol de campeões, sendo somente Santos, Flamengo e Cruzeiro os times que, antes do Imortal, levantaram a taça.

O prestígio da Copa Libertadores não se devia apenas ao confronto entre grandes plantéis do futebol sul-americano, mas também ao fato da mesma levar a Copa Intercontinental, chamada no Brasil de Mundial Interclubes. Até então a competição não levava a disputa da Recopa Sul-Americana, criada no ano de 1989, dado que não havia uma segunda competição na América do Sul, mas dava direito a disputa da Copa Interamericana, que não era jogada continuamente por diversos problemas de datas e segurança (há divergências se o Grêmio havia vencido a mesma em 83, título não reconhecido atualmente).
Pré-Jogo
Em uma reação surpreendente iniciada no final dos anos 70, em que penávamos para ganhar do Internacional e conquistar títulos, o Grêmio fez um grande time, conquistou o Campeonato Gaúcho de 1976, oito anos após o último título, e galgou sonhos maiores. Em 1981, depois de uma bela trajetória, conquistávamos o primeiro título do Campeonato Brasileiro de Futebol, na épica final contra o São Paulo no estádio Morumbi.
O título conquistado em 81 deu ao Tricolor do Sul a vaga na Copa Libertadores do ano seguinte. Em 1982 estreávamos pela primeira vez na competição continental, por azar, caímos no "Grupo da Morte", com São Paulo, Peñarol (que viria a se sagrar campeão) e Defensor Sporting do Uruguai. Perdemos apenas dois jogos, ambos para os uruguaios, ficamos em terceiro na classificação, sendo eliminados na primeira fase já que somente seguia o melhor da chave, no caso o Peñarol.
Mesmo com uma participação curta na Libertadores o Grêmio teve uma apresentação honrável e foi para a disputa do Brasileirão com moral. Chegou as quartas-de-final vencendo o Fluminense, passou pelo Corinthians, ganhando os dois jogos (sendo o segundo na casa do adversário por 3X1) e seguiu para a final na disputa contra o Flamengo. No primeiro jogo um empate em 1x1 no Maracanã completamente lotado, gols de Tonho e Zico; no jogo de volta no Olímpico um 0x0 levou a disputa para a terceira partida, ainda em Porto Alegre; então, na final decisiva, a repetição do 0x0 estava consagrando o Imortal como bicampeão nacional até que foi marcado um gol irregular para os cariocas, em um dos mais vexatórios roubos do futebol brasileiro, que deu o título aos rivais.
A conquista
O vice injusto de 82 garantiu a segunda participação gremista na Libertadores da América do ano seguinte, contra os grandes clubes da América como Nacional e Peñarol de Montevideo, Olímpia do Paraguai, Flamengo do Brasil e Estudiantes de La Plata, iniciava o possível coadjuvante Grêmio em seu sonho de atingir o topo do Mundo. Eram os grandes campeões, que somavam juntos 11 dos até então 23 títulos da competição, 8 Mundiais Interclubes e exatos 183 campeonatos nacionais.
Na primeira fase o Tricolor caiu na Chave 2, com Flamengo, Blooming e Bolivar da Bolívia. O grupo era relativamente fácil se comparado ao que enfrentamos em 1982, com Peñarol, Defensor e São Paulo, não por menos terminamos invictos, com 5 vitórias e 1 empate, contra o Flamengo. Foram 13 gols pró e 4 gols contra.
Da primeira fase partia-se diretamente para as semi-finais, mas não nos moldes atuais da Libertadores, eram duas chaves com três equipes cada. Ficamos no Grupo 1, com os fortes América de Cali e Estudiantes La Plata; no Grupo 2 estavam os temidos Nacional e Peñarol, sendo o segundo atual campeão da competição e do Mundo (entrando direto nesta fase), além do Atlético San Cristóbal que incrivelmente se classificou no grupo mais fácil, contra o compatriota venezuelano Deportivo Tátira e os equatorianos EL Nacional e Barcelona.

Depois de sofrer uma pressão inimaginável em solo hermano precisávamos de um resultado desfavorável para o Estudiantes, o qual veio no empate sem gols contra o América em Cali, dando a vaga na final aos gaúchos. Pelo lado do Peñarol, uma classificação invicta dos uruguaios que se classificavam a decisão com pinta de que conquistariam a quinta copa.
Em 22 de julho de 1983 chagava o grande dia, de um lado o gigante Peñarol, 3 vezes campeão Mundial, 4 da Libertadores e 38 do Campeonato Uruguaio, do outro o Grêmio, uma vez campeão brasileiro e com sede de grandeza. Os gaúchos demonstraram sua força abrindo o marcador, mas não conseguiram segurar o resultado permitido o empate no segundo tempo, jogamos melhor, podíamos ter esperanças de um futuro áureo em Porto Alegre seis dias depois.
Novamente era o Grêmio que fazia o primeiro ao gol, Caio abria o marcador com 10 minutos de jogo, explodia a nação branco, preto e azul nas arquibancadas. Os mandantes dominavam, mas os uruguaios conseguiram empatar na segunda etapa como no jogo em Montevideo, isso levava a disputa para um terceiro jogo na Argentina, não era o que queríamos. Foi então que César fez a alegria do povo, estufou a rede adversária e guardou a taça no armário gremista, para todo o sempre.
1ª Fase | |||||
Grêmio | 1 | X | 1 | Flamengo | 04/03 |
Blooming | 0 | X | 2 | Grêmio | 22/03 |
Bolívar | 1 | X | 2 | Grêmio | 25/03 |
Grêmio | 2 | X | 0 | Blooming | 26/04 |
Grêmio | 3 | X | 1 | Bolívar | 31/05 |
Flamengo | 1 | X | 3 | Grêmio | 05/06 |
Semi-Final (triangular) | |||||
Grêmio | 2 | X | 1 | Estudiantes | 21/06 |
América | 1 | X | 0 | Grêmio | 24/06 |
Grêmio | 3 | X | 1 | América | 06/07 |
Estudiantes | 3 | X | 3 | Grêmio | 08/07 |
Final | |||||
Peñarol | 1 | X | 1 | Grêmio | 22/07 |
Grêmio | 2 | X | 1 | Peñarol | 28/07 |
DADOS DA FINAL | |
Local: | Porto Alegre/Brasil |
Estádio: | Olímpico Monumental |
Data: | 28 de julho de 1983 |
Hora: | |
Árbitro: | Edson Pérez (PER) |
Assistentes: | |
Gols Grêmio: | Caio aos 37 minutos do 1º tempo
César aos 29 minutos do 2° tempo.
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Gol Peñarol: | Morena aos 23 minutos do 2° tempo |
GRÊMIO
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PEÑAROL
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MAZARÓPI
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FERNÁNDEZ
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PAULO_ROBERTO
|
MONTELONGO
|
BAIDEK
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OLIVERA
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DE_LEÓN
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GUTIÉRREZ
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CASEMIRO
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DIOGO
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CHINA
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BOSSIO
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OSVALDO
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SARALEGUI
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TITA
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SALAZAR
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RENATO
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RAMOS
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TARCISO
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SILVA
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CAIO
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MORENA
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HUGO_BAGNULLO
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CONTEÚDO
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