GRÊMIO ARENA
Arena Tricolor é o nome do futuro estádio do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. O início da construção foi o dia 20 de setembro de 2010 com previsão para a conclusão em novembro de 2012.
Contexto
Em meados da década de 2000, surgiu a idéia, dentro do Grêmio, de se construir um novo estádio para sediar as partidas do Tricolor. A idéia foi levada a cabo em 2006, com o começo de estudos de viabilização da obra. O objetivo era de fazer o novo estádio ser autossustentável, ao contrário do atual Olímpico. Em maio de 2006, foi formulado o plano diretor patrimonial do Grêmio, que, justamente, encaminhava o projeto do estádio. A partir daí, se iniciou uma discussão a respeito do local da construção, isto é, na área atual do Olímpico ou em um novo lugar. Em novembro de 2006, com vistas a dirimir esta dúvida, foi feito um estudo de pré-viabilidade para a construção de um novo estádio, com a empresa holandesa Amsterdam Advisory Arena. A conclusão foi de que o estádio Olímpico não atenderia às expectativas do clube, devido a alto custo de manutenção, idade da construção, baixo padrão de conforto, segurança e serviços, estacionamentos insuficientes e localização em região muito habitada. Esse conjunto de fatores levou o clube a optar pela construção de uma Arena, com a ajuda financeira de parceiros, com o padrão exigido pela FIFA.
Processo para a construção
Em 2007, uma carta para interessados foi divulgada, visando atrair empresas para o projeto. Como únicos interessados com propostas analisadas pela direção estavam as construtoras OAS e Odebrecht. A primeira propunha um consórcio com a TBZ, administradora de estádios, com 65% da renda do estádio indo para o Grêmio e 35% para o consórcio, durante vinte anos. A segunda previa que metade os lucros iriam para cada lado. Em março de 2008, a proposta da OAS foi a escolhida; a construtora rompera a parceria com a TBZ algum tempo antes. As garantias para a construção seriam dadas pelo banco Efisa, o que depois foi mudado para o Banco Santander. Para a construção da Arena, a OAS ainda contaria com quatro parceiros, excluindo a TBZ, que acabou falindo: Veirano Advogados, Banco Santander, Plarq Arquitetura e Gismarket. Em 18 de dezembro de 2008, a OAS assinou contrato com o Grêmio para a construção da Arena.
Com vista da impossibilidade de se construir um local atrativo financeiramente na área do estádio Olímpico, um terreno no bairro Humaitá, em Porto Alegre, foi escolhido como o local para se erguer a Arena. Em 17 de dezembro de 2008, foi aprovado no Conselho Deliberativo do Grêmio o contrato com a OAS e formalmente o processo se iniciou.
Para poder continuar com o projeto, foi criada uma comissão especial, a Grêmio Empreendimentos. Ela foi formada originalmente por sete conselheiros do clube, Adalberto Preis (presidente da comissão), Paulo Odone, Alexandre Grendene, Teodoro Pedroti, Saul Berdichevski, Mauro Knijinik e Pedro Ruas; em setembro de 2010, os integrantes eram Adalberto Preis, Evandro Krebs, Geraldo Nogueira da Gama, Mauro Knijnik, Pedro Ruas, Saul Berdichevski e Teodoro Pedrotti. Apenas em 24 de agosto de 2010 ela foi reconhecida como empresa pela Junta Comercial do Rio Grande do Sul, passando a existir de direito. Ela visa regulamentar e continuar o processo já iniciado. Entretanto, Paulo Odone se retirou do grupo, em fevereiro de 2009, dizendo que tinha "sido saído" e que "eles (outros membros da GE) tomaram conta e deram o golpe". Segundo Odone, enquanto ainda era presidente do clube, “A Arena será o melhor estádio do mundo”, já que supera os padrões FIFA e UEFA cinco estrelas.
O projeto foi aprovado em 29 de dezembro de 2008 na Câmara de Vereadores de Porto Alegre para se adequar ao plano diretor da cidade. Em outubro de 2009, a área da Arena, comprada por 50 milhões de reais, foi demarcada. A construção, contudo, só começará após a liberação da prefeitura municipal.
Segundo Adalberto Preis, presidente da Grêmio Empreendimentos, o financiamento da Arena será feito com 55% de capital da OAS e 45% financiado, com pagamento previsto para sete anos. Uma empresa gestora, cuja principal acionista será a OAS, cuidará das receitas geradas pela Arena (exceto as advindas das placas de publicidade) durante o pagamento do financiamento; o Grêmio, porém, terá co-gestão dela e direito a veto. Durante os sete anos do financiamento, o clube receberá sete milhões de reais reajustados ao ano. Após os sete anos, o clube receberá quatorze milhões de reais por ano. Ainda conforme Preis, todo o resto da movimentação financeira terá o comando do Grêmio.
Os sócios patrimoniais continuarão com o direito de assistir aos jogos na Arena, nos moldes do que é realizado no estádio Olímpico, conforme informações do jornal Zero Hora de setembro de 2010. Contudo, o repórter Diogo Olivier, divulgara em dezembro de 2009 que os associados, a princípio, teriam de pagar ingresso como todos os outros torcedores, além da mensalidade cobrada. Contudo, Adalberto Preis afirmou que "Hoje em dia o sócio paga a entrada com a mensalidade, entra no borderô todo o torcedor que entra no Olímpico, e o Grêmio paga essa entrada. Por que na Arena não pode continuar assim? O clube aqui paga para ele mesmo, lá o clube será compensado pelo que receberá da empresa gestora. Essa é uma questão de articulação, de equilíbrio, que a direção terá que buscar na sua política dos sócios, essa é uma decisão dos órgãos do clube".
Conforme Adalberto Preis, até agosto de 2010 faltava apenas a licença de instalação da prefeitura municipal para que a obra se inicisse. O presidente da Grêmio Empreendimentos estimou que a obra começaria naquele mesmo mês. Preis também contrapôs o secretário extraordinário da Copa do Rio Grande do Sul, dizendo que a Arena não estaria "entregue às traças". Mesmo com a previsão de Preis, a lançamento oficial das obras do novo estádio só ocorreu em 20 de setembro. Nesse dia, uma carreata foi realizada, do estádio Olímpico até o terreno da Arena.
Em outubro de 2009, tapumes foram instalados para cercar a região. Em 13 de maio de 2010, um mastro com uma bandeira do Grêmio havia sido inaugurado no terreno.
O lançamento oficial das obras ocorreu em 20 de setembro de 2010, após uma carreata saída do estádio Olímpico. No mesmo dia, na cerimônia de início da construção Hugo de León plantou um pedaço de grama do estádio Olímpico no terreno da Arena, após aterrisar de um helicóptero. Posteriormente, o ex-futebolista representou simbolicamente os trabalhos ao apertar o botão de uma máquina e ligá-la.
Estrutura
Como parte do projeto para o estádio de futebol em si, está previsto que serão instalados dois telões, a distância para o gramado será de 10 a 12 metros da linha lateral até o primeiro lance de cadeiras, existirá fosso, que no futuro poderá ser coberto, a capacidade será de 60.500 pessoas e as arquibancadas terão a inclinação máxima permitida pela FIFA, o que impossibilita futuras ampliações. Todos os lugares serão cobertos e sentados. Haverá quatro lances de arquibancada: a baixa com cadeiras (inferior), média baixa com camarotes (gold), média alta com cadeiras (vip) e a mais alta também com cadeiras (superior). O lance de arquibancadas mais próximo ao campo ficará a 14,7 metros do gramado, contrastando com os 40,7 do Olímpico Monumental.
A área comercial disponível será de 28.000 m², sendo que a propriedade da Arena será do Grêmio somente vinte anos após a conclusão da obra. Haverá 5,6 mil vagas de estacionamento. Também estão previstos escritórios de uso corporativo. O clube também terá direito a receber R$7 milhões mais 100% do fluxo de caixa livre da SPE Gestora. Porém, pelos primeiros vinte anos, o clube receberá R$14 milhões anuais mais 65% do lucro da supracitada. O custo estimado é de R$ 400 milhões, todo pago pela OAS, que explorará a Arena por vinte anos, arrecadando 35% das receitas do estádio.
O entorno do estádio terá um complexo residencial com 67,6 mil m², 2.130 apartamentos e 2,596 vagas de estacionamento; um centro empresarial com 480 salas em dezenove pavimentos, com estacionamento de 2,492 vagas; um hotel com 180 quartos e 180 vagas no estacionamento; um centro comercial com três pavimentos; um centro de eventos com três pavimentos; um estacionamento com 2,231 vagas. O Grêmio terá participação apenas nas rendas geradas pela Arena, e não pelo entorno do estádio. O complexo está orçado em 2 bilhões de reais.
O local onde está situado o estádio Olímpico será transferido para a posse da OAS, que pretende construir prédios comerciais e residenciais.
Aspectos financeiros
A Arena está orçada em cerca de 400 milhões de reais. Destes, 55% serão bancados pela construtora OAS e o resto financiado. O clube ainda esperava, em setembro de 2010, por um financiamento do BNDES de aproximadamente 180 milhões de reais para a obra.
Após a conclusão da obra, o Grêmio terá uma receita fixa de sete milhões de reais e o lucro líquido gerado somente pela Arena (retirados encargos com o financiamento e despesas de manutenção), por sete anos. A renda prevista é de cerca de 25 milhões de reais ao ano. Nos treze anos posteriores, a renda fixa do clube dobrará, mas o lucro líquido da Arena não ficará integralmente com o Grêmio, sendo destinados 65% para o clube. Mesmo assim, a previsão da direção é de lucro de 32 milhões de reais por ano com o estádio.
Fotos do projeto
Maquete do projeto:
Vídeo do projeto:
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